Representação de vários cérebros espalhados.

Arteterapia e Musicoterapia Podem Auxiliar no Tratamento de Autismo (TEA), TDAH e Outros Transtornos Neurológicos

Hoje é bem comum ouvirmos falar de pessoas neurodivergentes – aquelas que apresentam um funcionamento cerebral diferente do padrão considerado normal. Embora existam vários tipos de distúrbios neurológicos, os mais comuns são:

  • TEA: Transtorno de Espectro Autista
  • TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade
  • TDL: Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem
  • ST: Síndrome de Tourette

Mas o Que Isso Tem a Ver Com Música e Arte?

Quando falamos desses tipos de distúrbios, os tratamentos farmacológicos (com remédios) geralmente apresentam efeitos colaterais. Além disso, vários casos necessitam não somente de remédios, mas também de terapia – o que faz de alternativas como Arteterapia e Musicoterapia uma boa escolha para auxiliar os tratamentos de maneira não invasiva e sem efeito colateral. Além, é claro, de proporcionar o bem-estar e o prazer estético.

Qual o Efeito da Arteterapia e Musicoterapia em Neurodivergentes?

Um artigo de 2024 feito por pesquisadores de algumas universidades da Espanha, reuniu uma série de dados clínicos que mostraram que a Arteterapia e a Musicoterapia apresentam um impacto significativo na sintomatologia (nos sintomas), no comportamento, na comunicação, e nas habilidades sociais, cognitivas e emocionais de crianças e adolescentes neurodivergentes.

Os pesquisadores concluíram que essas terapias alternativas apresentam um alto potencial como alternativas viáveis ou complementares aos tratamentos farmacológicos tradicionais. Em outras palavras, Arteterapia e Musicoterapia funcionam, e funcionam muito bem como terapias auxiliares no tratamento de transtornos neurológicos.

Essas terapias são altamente valorizadas pelos participantes, com uma grande maioria reconhecendo sua adaptabilidade a diferentes contextos educacionais e clínicos. Conclui-se que essas terapias apresentam alto potencial como alternativas viáveis ​​ou complementares aos tratamentos farmacológicos tradicionais, justificando sua aplicação e aprofundamento em contextos terapêuticos mais amplos” – Vérez, Ruíz, Lloria.

Vamos Entender Um Pouco Melhor…

Uma outra pesquisa de 2021 relatou um aumento nos diagnósticos de TDAH e TEA, o que sugere maior conscientização e reconhecimento desses transtornos em todo o mundo. E, com essa maior conscientização, surgem também alternativas nos mais variados tipos de tratamentos.

É nesse cenário que a Arteterapia e a Musicoterapia ganham espaço, ao ponto de alguns pesquisadores defini-las como intervenções-chave nos tratamentos de Autismo (TEA), e no Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), como também em outros tipos de transtornos neurológicos.

Segundo os pesquisadores, essas abordagens estão ganhando popularidade devido à demanda por tratamentos mais personalizados e individualizados, o que parece ser crucial nas intervenções clínicas desse tipo de transtorno.

Por isso, o artigo sugere que a Arteterapia oferece um meio alternativo de comunicação e expressão que permite aos indivíduos explorar suas emoções, desenvolver habilidades sociais, reduzir a ansiedade e aumentar a autoestima.

Isso é importante porque esse tipo de abordagem terapêutica é particularmente útil para crianças e adolescentes com TEA e TDAH, onde geralmente, a comunicação e os canais de comunicação e expressão do indivíduo podem estar comprometidos.

Arte Para Além do Entretenimento

Esse breve resumo de estudos sérios na área de neurociência nos mostra que a arte é muito mais do que um mero entretenimento ou luxo. Graças a esse tipo de pesquisa, podemos visualizar que a importância da arte extravasa até mesmo o limite do que entendemos como “ARTE”.

Neste artigo nós apresentamos a arte como terapia medicinal – dita por muitos cientistas como chave fundamental no tratamento de transtornos neurológicos e tantos outros.


Referências

(De onde tiramos essas informações)

Cybulski, L.; Ashcroft, D.; Carr, M.; Garg, S.; Chew-Graham, C.; Kapur, N.; Webb, R. Temporal trends in annual incidence rates for psychiatric disorders and self-harm among children and adolescents in the UK, 2003–2018. BMC Psychiatry, 2021.

Martínez-Vérez, V.; Gil-Ruíz, P.; Domínguez-Lloria, S. Interventions through Art Therapy and Music Therapy in Autism Spectrum Disorder, ADHD, Language Disorders, and Learning Disabilities in Pediatric-Aged Children: A Systematic Review. Children, 2024.


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